sexta-feira, 5 de setembro de 2008

RIBEIRA - 102

INDEPENDÊNCIA

Denomina-se Independência do Brasil ao processo que culminou com emancipação política desse país do reino de Portugal, no inicio do século XIX. Oficialmente a data adotada é 7 de setembro de 1822. quando ocorreu o episódio do chamado "Grito do Ipiranga". Segundo a história oficial, à margens do riacho Ipiranga, atual cidade de São Paulo, o Principe Regente D.Pedro, bradou perante a sua comitiva "Independencia ou Morte!". Alguns aspectos da versão oficial, no entanto são contestados por alguns historiadores. A moderna historiografia, em História do Brasil, entretanto, remete o início do processo de independência à chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, no contexto da Guerra Peninsular, a partir de 1808.

A partir de 15 de julho de 1799, o Príncipe do Brasil, D. João, tornou-se Principe Regente de Portugal. Os acontecimentos na Europa, onde Napoleão Bonaparte se afirmava, suceder-se-ão cm velocidade crescente. Desde 1801 que se considerava a idéia da transferência da Corte Portuguesa para o Brasil. A decretação do Bloqueio Continental em Berlim, em 1806, tornou mais difícil a neutralidade Portuguesa. Em 1807, o Tratado de Fontainebleau dividiu arbitràriamente Portugal em três Reinos. Desde outubro desse ano, Jean-Andoche Junot, antigo embaixador francês em Lisboa, preparava-se para invadir Portugal. Foi nesse contexto que D. João pactuou com a Grã-Bretanha a transferência do governo para o Rio de Janeiro, sob a proteção dos últimos.

Finalmente, com a invasão francesa de Portugal em progresso, a 29 de novembro iniciou-se a viagem da Família Real e da Corte Portuguesa para o Brasil. Dezoito navios de guerra portugueses e treze ingleses escoltaram mais de vinte e cinco navios mercantes de Lisboa até à costa do Brasil. A bordo seguiam mais de quinze mil portugueses. O Reino ficava a ser governado por uma Junta de Regência que Junot logo dissolveu. O passo seguinte, que conduziu a independência do Brasil ocorreu com a eclosão da Revoluçao Liberal do Porto, em 24 de agosto de 1820, que impôs o regresso de D. João VI a seu país, visando forçar o retorno do chamado Pacto Colonial. Pressionado pelo triunfo da revolução constitucionalista o soberano retornou com a familia real a Portugal, deixando como Principe-Regente no Brasil, o seu primogênito, D. Pedro de Alcântara. No final de agosto, D. Pedro viajava para a provincia de São Paulo para acalmar a situação depois de uma rebelião contra José Bonifácio. Parando às margens do riacho do Ipiranga, D. Pedro de Alcantara recebeu uma carta com órdens do seu pai, para que ele voltasse a Portugal, se submetendo ao Rei e às Cortes. Outras duas cartas, D. Pedro também recebeu. Uma de José Bonifácio e a outra de sua esposa Maia Leopoldina, rogando ao principe que ficasse no Brasil. Diante de tais manifestações, Dom Pedro I proclamou as famosas palavras: "Independencia o Morte", rompendo assim, com o reino de Portugal e se tornando o primeiro Imperador do Brasil, a 7 de setembro de 1822. Mas, somente ao chegar ao Rio de Janeiro, Dom Pedro I foi proclamado Imperador, fato que culminou no dia 1º de dezembro.


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