terça-feira, 9 de setembro de 2008

RIBEIRA - 108

ILHAS DO BRASIL

O Brasil é um pais banhado pelo Oceano Atlântico, por isso mesmo cheio de ilhas. Se formos navegar por esse mar, há de nos surpreender de quantas ilhas nós iremos encontrar. Certa vez, eu estava no escritório de tio Zeca (José Leandro) e ele falava sobre essas ilhas, tendo começado por Fernando de Noronha, Ilhas Rocas, local de difícil acesso, uma vez que se pode chegar ao local via embarcação. Na Ilha não mora gente. Toda ela é habitada por pássaros que procuram o lugar para tirar seus filhotes. Quando se pisa em terra, pode se está matando algum filhote novo. Certa vez, um rapaz de Natal (Rn) esteve lá, a bordo de um barco que foi fretado por um órgão do governo. Seu nome era Caú. O barco sofreu uma pane e por quinze dias os tripulantes ficaram a bordo esperando socorro, uma vez que, por rádio, se manteve comunicação com a Base Naval de Natal. Passados os quinze dias, o reparo foi feito por um técnico vindo ( ou ído) de Natal e então, o barco seguiu viagem. Nesse momento, Caú fez essa breve quadra:

"Adeus minha Ilha Rocas.

Nunca mais verás Caú

Criei ferrugem na boca

E teia de aranha no cu"

Por diversas vezes eu encontrei Caú rodeado de amigos, na Ribeira, e ele contou a mesma historia. O nome de Caú era Carlos Alberto Caú. Ele mantinha uma oficina de conserto de geladeiras na rua Chile, igualmente no bairro da Ribeira. Seus amigos eram os deputados, senadores, juizes, advogados e a gente comum que fazia transito pelo bairro da Ribeira. Caú foi eleito, depois dessa "tragédia", por várias vezes Vereador de Natal. Quando esteve "preso" na Ilha, sofreu o que o diabo enjeitou, com a falta de agua e de alimentos. Os tripulantes oram obrigados a se alimentar de ovos e beber agua de chuva.

Na conversa mantida por tio Zeca a seus amigos - Zé Areias, Rapa-Coco, Zé Luis, Gastão - ele falava que não era somente a Ilha Rocas a existir nesse imenso Oceano. Ele lembrou da Ilha de Marajó, no Pará, que é banhada pelas águas dos rios Amazonas, Tocantins e Oceano Atlântico. Esta é a maior ilha fluvial do mundo. Pra se chegar a ilha é preciso se topar uma viagem de balsa, com percurso de três horas a partir de Belém. As praias de Pesqueiro, do Farol e Joanes, todas de água salgada, são as mais procuradas. Joanes tem águas clamas e preserva ruínas do século XVIII.

Quem mantém aquele sonho de isolar-se em uma ilha, longe da civilização, deve riscar das opções a Ilha do Mel (foto), no litoral do Paraná. Quem procura a Ilha, procura caminho até o Morro do Sabão, onde se pratica atividades esportivas. A praia de Fortaleza propicia uma visão encantadora do sol poente. Para a Ilha do Mel, se vai de embarcação, saindo de Paranaguá.

A segunda maior ilha da Região Sudeste, é a Ilha Grande, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Uma das mais famosas, a praia de Lopes Mendes tem três quilómetros de faixa de areia branca e águas transparentes, com tonalidades que variam do azul ao verde.

Mais famosa entre as cinquenta ilhas da Baía de Todos os Santos, Itaparica está a sessenta minutos de Salvador , se a viagem for de balsa. As praias voltadas para o mar são tranquilas e de águas cristalinas. Entre as mais famosas, está a do Forte , que fica ao lado da Fortaleza.

José Leandro não chegou a falar de tais ilhas, uma vez que o ponto principal foi a Ilha Rocas, que o deixou sorridente por conta da quadra de Caú. E todos os que estavam no escritório, naquela manhã, também sorriram pelo desassossego que viveu aquele marinheiro de pouca viagem que, no seu dizer, para a Ilha nunca mais voltaria.


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