quarta-feira, 3 de setembro de 2008

RIBEIRA - 100

FEIRA LIVRE

A história da humanidade está repleta de referências a feiras. Não se sabe ao certo onde e quando apareceu a primeira feira, no entanto há dados que nos permitem afirmar que em 500 a.C. já havia feiras no Oriente Médio, nomeadamente em Tiro, uma antiga cidade fenícia no Líbano na costa do Mar Mediterrâneo. A cidade moderna continua a chamar-se hoje de Sur, sendo que seu nome significa "rocha". O comércio de todo o mundo estava reunido nos armazéns de Tiro.

As primeiras referências a feiras aparecem misturadas com referência ao comércio, às festividades religiosas e aos dias santos. As feiras sempre revelaram um caráter comercial desde o início. Mercadores de terras distantes juntavam-se, trazendo os seus produtos autóctones para a troca por outros. É também evidente que a religião andou de mãos dadas com o comércio. A palavra latina "feira", que significa dia santo, feriado, é a palavra que deu origem à portuguesa "feira", à espanhola "feria" ou à inglesa "fair".

Após a decadência do Império Romano, as feiras medievais representaram o momento no qual ressurge o comércio na Europa, no final do século XI. A Europa saía do feudalismo, no qual as pessoas viviam em territórios limitados, no qual produziam tudo o que precisavam , sendo que quando algo faltava, conseguiam-no através de trocas.

Em Natal (Rn) as feiras tem um amplo domínio, funcionando de domingo ao sábado, fazendo uma atividade diária em todos os bairros da capital. No interior do Estado, também há feiras e seus dias podem variar de sábado à segunda com os comerciantes aproveitando que o pessoal já tem dinheiro para comprar. Em Natal, não é diferente. Na cidade, tem uma feira que é a mais tradicional do natalense, chamando feirantes de várias partes do Estado para fazer o seu comércio diversificado. Esta é a Feira do Alecrim, um bairro da capital. É a maior feira da cidade e quem for, no dia de sábado, há de encontrar naquele espaço um pouco de tudo.Na feira vende-se galinha, perú, bode, cabra, coelho, carneiro, pavão e dentre esses se encontra frutas, legumes, hortaliças no meio de carnes secas e verde, queijos ou mesmo celas de jumentos, ervas para se fazer remédios, mesas, tamburetes, cadeiras, camiseiros e também se encontra coisas que de julga emprestáveis, como velas de carro. Por certo, as pessoas encontram também o feijão, farinha, arroz, milho e seus derivados, fumo em rolo e até CDs velhos e novos e discos Lps. No inicio da feira, se deglute bolos, tapiócas, beijús, grudes, bolo-preto, todo isso e mais alguma coisa com uma caneca de café.

Cantores se apresentam no meio do pessoal, cantando suas prosas e versos. Tem folhetos de quadra contando a histórias mais enigmáticas. Esmolé, também tem. No meio de toda gente com sacolas nas mãos, eles está ali a mendigar um pouco de ajuda. E tem os cambistas com suas mesas prontas para ganhar um pouco de que acha que é um "espertalhão". Tem policia, ah isso tem, que faz vista grossa para os vendedores de bingos. Na feira do Alecrim tem de tudo e muito mais, como cachaça por debaixo da mesa para servir ao frequentador. Tem buchada de bode ou de carneiro, picado de porco ou de boi onde os feirantes comem até fartar. No bairro, onde se faz a feira aos sábados, começando na certa, na sexta-feira logo cedo da tarde, o comercio ali virou o tradicional setor de armazéns para a venda dos produtos que o consumidor vai encontrar, no dia de sábado, em plena feira. Açúcar, arroz, farinha, feijão e mesmo açúcar bruto, coisa rara de se vê. O Alecrim despertou o pessoal das Rocas, Lagoa Seca, Carrasco e Quintas para também fazer as suas feiras. Quem for nesses bairros, com certeza, verá.

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