quinta-feira, 18 de setembro de 2008

RIBEIRA - 120

CHARLES CHAPLIN

Nessa época, em 1947, eu ainda era pequeno e não sabia de lá muitas coisas que sucediam alí e acolá. O meu pai conversava por um bom tempo com o vizinho das coisas que aconteciam e, nesse mesmo tempo eu estava brincando de cai-e-fica com as garotinhas da casa da esquina da rua. Alí estava o meu maior prazer. Brincar. Apenas brincar. Certa vez, depois de entrar em casa, lavar meus pés por ordem de minha mãe, então fui dormir sobre as severas repreensões de minha mãe para ter cuidado com um meu "puxado" - asma - que me sufocava sempre pelas madrugadas. Eu ouvi o que ela dizia e mesmo assim, nem me incomodava. Um pigarro aqui, outro alí e então eu adormeci. Foi nessa noite ou madrugada (na nossa casa não tinha relógio, ou de parede, ou de algibeira) que ouvi minha mãe assustada, chamando por meu pai que também ouvira os apitos estridentes dos guardas-noturnos. Pri-pri-pri. Era o que fazia os apitos. Mas, nesse momento, eram muitos apitos. Quantos? Não sei! Três? Podia ser quatro. Sei que eram muitos, os pri-pris dos guardas-noturnos. De onde vinha? Vinham dalí! Dali, onde? De um lugar! Mas, que lugar? Não sei!. O que eu sei foi que todo mundo acordou para ver os guardas-noturnos que prenderam um ladrão. ...LADRÃO!!! É. Ladrão mesmo. Ele estava roubando galinhas. GALINHAS?! É.Galinhas. Eles só roubavam galinhas, camisas, calças. Coisa sem futuro.

Então, todos queriam ver o ladrão de galinha que vinha escoltado pela rua Mossoró, em Natal (Rn), empurrado por três ou quatro guardas-noturnos e mais um monte de gente de rua à fora até chegar à chefatura de policia. Naquele tempo, guarda-noturno tinha autoridade. Prendia o sujeito, e estava preso, sim, senhor. Hoje a coisa está muito diferente. Chama-se a Polícia, que no meu tempo era "polidoro" ou mesmo "meganha", e ela, depois das dez, nem pru mode!. E se chega, olha, indaga, pede água e vai embora. Quando é a PF - não se trata de prato feito. É mesmo Policia Federal, vai à casa do ilustre presado e dar ordem de prisão. Aí é juiz, advogado, empresário, políticos e tal e coisa para depois soltar. Os ladrões de hoje tem cacife. São pessoas ilustres. Naquele tempo só tinha mesmo ladrão de galinha que os guardas-noturnos matinham na mucura por um bom tempo. Talvez, a vida toda.

Os guardas-notunos, eram muitos. Talvez 50. Talvez mais. Eles faziam a ronda por toda a cidade. Cada um em seu ponto. De cem em cem metros se ouvia um "pri" do apito de um guarda alertando ao outro que com ele estava tudo em paz. Tirol, Petrópolis, Cidade, Alecrim, talvez Lagoa Seca. Sei que ele operavam muito bem no bairro da Ribeira. O Quartel dos Guardas ficava na rua Ferreira Chaves com a rua Duque de Caxias. Esse foi o que eu conheci. Alí, os guardas tinham um alojamento onde, de dia, podiam dormir, porque, por volta das dez da noite até às seis da manhã. eles tinham obrigação, que fizesse chuva, frio, vento, lua ou fosse todo normal.

Charles Chaplin (foto) aqui ilustrando essa matéria, não tem nada a ver com a história. A não ser pelo aspecto de vagabundo, no seu personagem histórico - Carlitos -, e de andar maltrapilho, roupas rotas, sapatos velhos, chapéu de coco, begala, bigode,, camisa, gravata e paletó rasgados e tudo mais de não servisse. A cena aqui é de "O Garoto", que se vê a seu lado, ambos sentados em um batente de uma porta igualmente velha. Foi apenas para ilustrar os sem-futuro, como ele muito bem representou no tempo do cinema-mudo e sonoro. Sei que ele foi um mago do cinema desde que saiu da Inglaterra pelos idos de 1915, segundo a carreira do seu irmão.

Mas, nos seus filmes, ladrões de galinha sempre acabavam presos. Ele fazia, acontecia e findava prendendo o "esperto", mesmo sendo um "vagabundo". Depois de tudo, ele se perdia no tempo, marchando para o desconhecido. Assim, também fizeram os guardas-noturnos de Natal onde, ocupando um lugar de polícia, passavam a noite inteira nas ruas da cidade vigiando todas as residências contra a presença de elementos nocivos. Hoje, não tem mais guardas noturnos e a cidade, ainda pequena - e cresce? - fica a mercê dos delinquentes que praticam assaltos em plenas luz do dia, matam - como mataram uma enfermeira de 42 anos, há poucos dias, dentro de um ónibus, em plena tarde - e não são presos. Quando acontece de haver uma prisão de um marginal de tal espécie, vem logo o advogado para defendê-lo, não se mostra a cara do bandido, ou a imprensa paga multa, não é algemado, pois isso constrange o marginal, tem todas as regalias, recebe boa recompensa em dinheiro, afinal ele está preso, recebe visitas intimas, e ainda pode se converter a uma igreja, pois assim, ele estará "salvo". É assim a vida de um escroque. Os guardas-noturnos não ou tiveram nem o privilégio de um sarcófago polido, quando morreram.


Um comentário:

www.plataopapillon.blogspot.com disse...

FARSA NA LITERATURA MUNDIAL

Já foi comprovado que Henri Charrière jamais escreveu livros.
O verdadeiro escritor era René Belbenoit o único fugitivo que (tinha uma borboleta azul tatuada no peito) liderou a mais espetacular fuga que se tem noticia naquela Colônia Penal, Henri se apropriou dos seus manuscritos, pagou para ser adulterado para dar-se a entender ser ele o escritor, depois tatuou uma borboleta no peito e se passou por Papillon.

Meu livro: “PAPILLON O HOMEM QUE ENGANOU O MUNDO”, edição atualizada chega às livrarias de todo o Brasil em agosto, provavelmente será lançado na Bienal do Rio de Janeiro, estou a 15 anos investigando esse caso!
PERITOS FEDERAIS COMPROVAM PAPILLON VIVEU E ESTA SEPULTADO EM RORAIMA:
http://plataopapillon.com.br/papillon/index.php?option=com_content&task=view&id=1&Itemid=1
EL DORADO A GRANDE MENTIRA DE HENRI CHARRIÈRE:
http://74.125.47.132/search?q=cache:99_u28VbyGgJ:www.jornalorebate.com/colunistas2/pla1.htm+El+Dorado%2BPapillon&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
BLOG PAPILLON
http://74.125.95.132/search?q=cache:NnZGR8PfZ_kJ:www.plataopapillon.blogspot.com/+Normandia%2BPapillon&cd=13&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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