sexta-feira, 8 de agosto de 2008

RIBEIRA - 54

NATAL DE MUITAS LAGOAS
Natal (Rn) é uma capital deveras pequena e seus bairros são um problema constante quando chove. Nos ultimos dias, desde quarta-feira até sexta-feira, choveu em Natal 373 mm quando a previsão para todo o mes de agosto era de 111 mm. conforme a previsão da Emparn. Com a extensão da cidade para a zona norte, criou-se mais problemas. Ali, a chuva afetou a população do loteamento José Sarney e do Santarém e familias ficaram desabrigadas sendo alojadas em Ginásio de Esporte. Vizinho a Natal fica a cidade de Macaíba, onde o rio Jundiaí, que banha a cidade, sofreu com o transbordamento obrigado as dezenas de familias deixarem as suas casas. As aguas do rio inundaram o centro da cidade, causando os mais graves transtornos. Em Natal, os mais graves problemas ficaram nos bairros de Ponta Negra, Capim Macio e mesmo nos mais centrais, como no Tirol. A vida em Natal, pára com um dia de chuva. E essa chuva não veio em consequencia de nenhuma tromba d'água ocorrida na America Central, como se deu ha menos de um mês. Foi mesmo chuva normal a qual se vê todo ano.
Isso faz lembrar os anos de 50, 60, 70 e mais, quando vinha um temporal. Em 1956/57, a chuva interrompia o bairro da Ribeira. Naquele bairro, à margem do rio Potengi, era uma aflição para quem trabalhava. Para se situar, o Teatro "Carlos Gomes", hoje "Alberto Maranhão", quando chovia, ali se formava um imenso caudal, como hoje ainda faz, interrompendo as atividades na casa de espetáculos que ficava com suas poltronas cobertas pela lama que brotava - e ainda brota - do chão. A direção do Teatro mandou fazer uns degraus de mais de 50 centimetros na parte de tras da casa para impedir o avanço da água que se juntava na parte baixa da Avenida Rio Branco, onde fica a Casa. E nas demais casas de comércio daquela avenida as águas invadiam em todos os cantos. É tanto que o comércio instalado na Avenida Rio Branco, como também da Rua Chile, essa a 30 metros da margem do rio, e ainda ao longo da Praça Agusto Severo ou pela a Avenida Tavares de Lyra e Esplanada Silva Jardim, todas essas ruas ficavam tomadas pelas águas.
Certa vez, José Leandro, que tinha um armazem de madeiras da Avenida Rio Branco, para poder chegar em seu trabalho, teve que vir pela Rua do Saneamento, nesse tempo sem calçamento e se descia por umas pedras alí existentes, formadas pela própria natureza. Quando chovia, a descida pela rua era por demais perigosa. Quem viesse, teria que fazer o trajeto para poder pegar a Rua Sachet, e descer com bastante cuidado até alcançar a Avenida Rio Branco e de qualquer jeito, andar por dentro d'água, com a lama dando no meio da perna.Quem fosse mais a frente, então pegava a água até ao meio da cintura.
Esses cassos eram frequntes na época das chuvas. Em 1980, a Prefeitura fez um serviço de drenagem em todo o bairro, vindo desde a Cidade Alta e o bairro de Petropolis para conter o fluxo das águas por meio de canaletas, que eram grelhas de ferro em diversos pontos dos dois bairros. Porém, alguem mais esperto robou as grelhas que atravessavam as ruas, para vender no ferro-velho e a Prefeitura teve que tapar os buracos que ficaram abertos nos meios das artérias. Com isso, o trabalho feito pelo Municipio, apesar de contar com a ajuda de uns tubos de um metro de diametro que ficam enterrados no chão para receber a água e armazenar se o rio Potengi estiver cheio, não deu o resultado esperado. Ainda hoje, os muros de arrimo de casas sofrem com o desabamento por conta da falta de grelhas nas vias. Esse drama atinge agora outras partes da cidade onde a Prefeitura nao teve esse cuidado. Esse caso fica como a história do urubu: "Quando estiar, ainda faço a minha casa".

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