sábado, 23 de agosto de 2008

RIBEIRA - 79

RUA TRIUNFO

A Rua Triunfo assim que em tempos idos, no século XIX, era então conhecida a Rua 15 de Novembro, na Ribeira, e que conseguiu fazer história no século XX por outros meios.. Foi nesta rua, na casa de nº 22 onde nasceu, em 1899, o homem que um dia assumia a Presidencia da República, João Fernandes Campos Café Filho, o conhecido por Café Filho ou João Café. Seu pai era funcionário público e João nasceu às três e meia da manhã e foi registrado no Cartório de Registro Civil apenas com o nome de João no dia 9 do mesmo mês. Tempos depois ele, já com 37 anos, passa a se chamar apenas João Café Filho, suprimindo o Fernandes de Campos, nome herdado do pai. Seu nascimento se deu a 3 de fevereiro de 1899. Seu avô era dono de engenho de açucar e João Café teve uma infançia como qualquer garoto de sua idade, cheia de brios e felicidades para ele. Em seu livro de memórias, Café Filho conta que seu pai herdou as terras deixadas por seu avô, em Ceará-Mirim (Rn) e ele veio a passar algumas férias no sítio. Contudo, seu verdadeiro cenário de infância foi Natal (Rn). A casa onde nasceu João Café é essa mesma que aparece da foto.

João Café teve dois irmãos: Maria e Luis, que morreram poucos dias depois do nascimento. Ele foi o terceiro filho do segundo casamento de seu pai, com dona Florência Amélia Campos Café. Do primeiro casamento com uma tia de sua mãe, não houve herdeiros. Depois do nascimento de João, vieram três outras irmãs: Alice, Alzira e Jessé, esse, um homem. O livro "Do Sindicato ao Catete" escrito pelo próprio Café Filho é dividido em dois volumes. Nos seis primeiros, Café Filho do seu nascimento até sua participação na Constituinte. Daí por diante, vem a narrativa da campanha de 1950 e a vitória de Getulio Vargas. Com GG, ele percorreu o Brasil, inclusive Natal.

Seu aparecimento na cena política se deu em 1921 dirigindo a recepção a Nilo Peçanha, eleito presidente e em 1923 a sua candidatura a o cargo eletivo, como vereador de Natal, conseguindo o apoio das massas de operários e gente simples. Esse era o tempo do eleitorado controlado, disse Café, e em Natal havia alguma cerimonia, com a entrega de chapas ao eleitos. No pleito de 1923, um dos eleitores de Café Filho foi "comprado" por cinquenta mil reis, pela corja do Governo, na frente de Café. Para ele, foi tremenda decepção. Foi nesse ano que Café mudou de rumo para poder seguir a política do Estado.Deputado Federal pela primeira vez, em 1935, ele experimentou os desajustes do poder, as inibições e as incertezas.
Café Filho foi Chefe de Policia por duas vezes e foi quando pode observar de perto as suas actividades. Com as manobras praticadas pelos anti-comunistas, ele sofreu de graves, porém pequenos atritos. A principal célula bolchevista era constituída de militares, como sargentos, cabos e soldados do 21º Batalhão de Caçadores, ao contrario do que se dizia. Segundo Café Filho, foi essa minoria diminuta, porém bem estruturada que fez o levante de 1935, que teve repercussão nacional mostrando que Natal tinha bons comunistas. Porém essa insurreição durou apenas quatro dias. Os episódios contados aqui, até antes das eleições de 1950, foram relatados por Café Filho em seu livro de memorias

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