quinta-feira, 7 de agosto de 2008

RIBEIRA - 52

Clark Gable
Vivien Leigh

...E O VENTO LEVOU




Quase 70 anos após a sua produção, o filme ...E o Vento Levou, para muitos, ele não é maior obra-prima do cinema americano, mas é, indiscutivelmente, o filme mais popular produzido em Hollywood em todos os tempos. Eu lembro que durante o seu re-lançamento, no idos de 1960, foi uma torrente de gente a ver o velho filme em cópia nova, buscando um ingresso de entrada de forma antecipada para não perder a vez de rever a obra que tanto entusiasmou às pessoas, mesmo aqueles que ainda não conheciam a obra. Os que já a conheciam, queriam ter a oportunidade de ver de novo aquele filme e as senhoras, com certeza, guardavam seus lenços na bolsas para enxugar as lágrimas que, em verdade teriam que cair ao longo de quatro horas de projeção do espetáculo fílmico. Jamais, ainda hoje, (2008), alguem teve o desprazer em dizer que o filme não presta, pois terá de assumir as consequencias de uns bons bofetes daqueles que são mais apaixonados pela obra.


Com quase setenta anos de existencia, a hitória de sua realização é ainda lembrada. Pelos excessos, pelo academicismo e pela capacidade de galvanizar sucessivas gerações de espectadores. ...E o Vento Levou chegou as telas dos cinemas em seu re-lançamento quando as platéias ainda não tinham os seus VHS e muito menos os DVDs. O Cine Rio Grande, em Natal (Rn) foi o grande palco para se poder ver a obra de Victor Fleming, um dos quatros diretores que o filme teve. Os outros tres abandoram o trabalho pois não se sujeitaram as pressoes do produtor que tinha a convicçao de que a obra seria grandiosa, apesar de ser um romance novo e desconhecido. No elenco, tinha Clark Gable, um sucesso nas telas, o homem que influenciou ao público masculino a deixar de usar camiseta, por aparecer em um filme nú da cintura para cima, e a novata e desconhecida, porém encantadora, Vivien Leigh, inglesa, (nascida na India) que um olheiro a encontrou em um Teatro de Londres.
Quando Scarlett O'Hara apareceu nas telas (Vivien Leigh), boa parte do filme já tinha sido feita. A produção não parava, vendo atrizes famosas desfilarem a sua frente e sendo recusadas, e procurava um rosto novo e sensual capaz de envolver toda uma platéia como a nova cara do cinema. Foi assim que Vivien Leigh veio a ser Scarlett O'Hara para o mundo todo que já vivia os momentos da IIª Guerra Mundial. A despeito do glamour do cinema da época, ...E o Vento Levou (Gone With the Wind), produção de David O. Selznick, adaptado do livro homonimo de autoria de Margaret Mitchell, drama cujo lançamento se deu em 1929, tornou-se um patrimônio de valor inestimavel. David O. Selznick teve a oportunidade de dirigir a obra e dispensar como George Cukor, Sam Wood e William Cameron.
Scarlett O'Hara é uma das mais cativantes personagens femininas da história do cinema. Mimada, manipuladora e instável, ela é o que se pode chamar de uma mulher complexa. Vivian Leigh venceu uma batalha entre muitas atrizes para ficar com o papel, fazendo de Scarlett O'Hara uma mulher magnifica. Antes dela, 1.400 atrizes fizeram o teste desse personagem. Quando foi reprisado em Natal (Rn), entre muita gente estava José Leandro acompanhado de sua esposa e das filhas para poder mostrar aquelas que ainda não viram E o Vento Levou, aquela obra que ainda hoje homens e mulheres se lembram e podem ver em DVD no conforto de sua casa. Vivien Leigh trabalhou nos sets de filmagem por 125 dias e recebeu por isso a quantia de 25 mil dólares. Por seu lado, Clark Gable trabalhou por 71 dias e ganhou 120 mil dólares. A produção da obra custou pouco mais de cinco milhoes de dólares e quatro anos depois de seu lançamento, a renda obtida pelo filme nas bilheterias já superava a marca dos 32 milhões de dolares. Um caso interessante: Vivien Leigh odiava o hálito de Clark Gable. Ele comia cebolas de propósito, poucas horas antes de gravar. Isto, misturado ao cheiro de licor a deixava com náuseas. E ele revelou que, quando a beijava, pensava em um bife. Na verdade, os dois jamais se entenderam.

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