quinta-feira, 28 de agosto de 2008

RIBEIRA - 91

UTINGA

No início do século XVII, tinha inicio a história de um povoado situado nas proximidades do rio Potengí. Segundo registos da história, o Engenho Potengi pertencia a Estevam Machado de Miranda, cuja família, bem como os habitantes dos arredores por manterem uma postura firme aos ataques dos holandeses, foram vítimas de um massacre imposto pelos holandeses, que ao chegarem a localidade quiseram impor o domínio militar, cultural e religioso. Os habitantes não aceitaram as imposições dos invasores e a tragédia que vitimou toda uma comunidade indefesa entrou para a história como o Massacre de Uruaçu. Entrou também como movimento ímpar de resistência, de fé e de defesa dos principios da liberdade.

No ano de 1698, os holandeses afastaram-se do povoado e começaram a chegar os primeiros grupos de pioneiros exploradores, vindos de Pernambuco. Entre eles, os portugueses Ambrósio Miguel de Sirinhaém e Pascoal Gomes Lima, que chegaram ao povoado no ano de 1710, instalaram suas famílias nas proximidades do rio Potengí, na vizinhança do antigo e histórico Engenho Potengi (Ferreiro Torto) que deu inicio a organização de um novo povoamento. Foram esses os portugueses que construíram dois sobrados e uma capela em homenagem a São Gonçalo do Amarante, com a imagem do santo padroeiro esculpida em pedra e colocada imponentemente no altar. Estava consolidado o povoado de São Gonçalo do Amarante, que em 1833 dava início a luta pela sua autonomia política. Nessa época, por deliberação do Conselho da Provincia, São Gonçalo do Amarante foi denominada vila e desmembrada de Natal, tornando-se municipio, que não resistiu a uma epidemia de cólera que dizimou quase toda a população, fazendo retornar à condição de povoado natalense.

Continuou a luta pela autonomia política e em 03 de Agosto de 1847 o povoado voltou a ser município de São Gonçalo do Amarante. Após cinco anos perdeu novamente sua autonomia e voltou a ser povoado, pertencente dessa vez a Macaiba. Outra vez retorna a condição de municipio. . Mais uma vez por causa das idas e vindas da política, perde sua autonomia e volta a pertencer ao município de Macaíba com o nome de Felipe Camarão. Quinze anos depois, em 11 de Dezembro de 1958, desmembrou-se de Macaíba e se tornou definitivamente o municipio de São Gonçalo do Amarante.

Situada no centro de São Gonçalo do Amarante encontra-se a Igreja Matriz de N,S. da Apresentação que foi tombada pelo IPHAN em 1963. Erguida em 1719, ampliada em 1835 e concluída em 1882. pode-se perceber em seu interior o estilo predominante de cada etapa. Os seus altares foram construídos no estilo Barroco, comuns nos séculos XVII e XVIII, bem como algumas de suas imagens esculpidas em madeira, das quais três também são tombadas em nível nacional: Nossa Senhora da Piedade, São Benedito e o Senhor Morto.

A Igreja Nova foi erguida em 1867 pelo senhor Joaquim Félix de Lima, fundador da localidade, que a dedicou a Nossa Senhora da Conceição. Possui estilo Barroco, e na praça existente, em frente à Igreja, realiza-se a famosa Corrida de Jegues.

Capela de Utinga: Documentos colhidos dão conta de que, em 1730, teria sido erguida uma capela em estilo Barroco, durante o período de ocupação holandesa, para homenagear Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Utinga. A palavra utinga, na lingua indígena, significa "agua branca". Na época de sua construção, serviu como pequeno forte contra o ataque dos índios. É tombada a nível estadual desde 24 de agosto de 1989, pela Fundação José Augusto.

Capela e Cruzeiro dos Mártires: Situado no povoado de Uruaçú, a 5km de Sao Gonçalo do Amarante, a capela é dedicada a São João Batista, tendo sido derrubada e erguida diversas vezes, a última em 1921. Nessa comunidade, houve o massacre conhecido como o Morticinio de Uruaçu, mas não no exato local onde está construída a capela, e sim a 3km de distância dalí.

O Casarão de Olho dÀgua do Lucas foi construído em 1853 pelos escravos de D. Marta Cavalcante e o sr.João Neto. Seu nome vem de uma nascente na propriedade da família Lucas, primeira proprietária do casarão. Foi construído para ser residência. No local, encontra-se escombros de engenhos e desenhos que os escravos faziam. O casarão encontra-se em processo de tombamento em nível estadual.


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