Avião da época da IIª Guerra Mundial A Revista Seleções - Reader's Digest - talvez seja uma publicação, no Brasil, do ano de 1950. Não sei bem. O que eu sei é que é uma publicação antiga e o meu tio Zeca fazia a sua coleção sendo a cada seis meses mandava fazer uma encadernação dos números adquiridos. Dizia ele que aquelas revistas seriam para ele as ler quando estivesse aposentado. No entanto, a Revista Seleções, apesar de trazer artigo sobre a IIª Guerra, era muito mais ampla, enfocando temas atuais e, alguns até, de sigiloso assunto. Eu me recordo quando a Seleções abordou um tema de um aviador que fazia um vôo sobre a Alemanha, como metralhador de popa, a secção traseira da aeronave. Ele, alí, metralhava as forças de Hitler quando, inesperadamente, o avião em que ele estava foi atacado por uma metralhadora de terra, atingindo todo o parque onde estavam condicionado os para-quedas. O homem tentou passar, porém viu ser impossível. Na cabine, o aviador seguia seu rumo em busca de sua Base onde deveria aterrisar, era o que o homem pensava. Porém. logo viu que o avião perdia altura e o fogo intenso se espalhava por todo canto do aparelho. Foi então que o homem de popa resolveu a pular do aparelho pois. ou morria queimado no incêndio que se irrompeu, ou morria na queda do avião, sem duvidas.
E foi assim que o homem saltou a cinco mil pés de altura levando consigo a esperança de morrer ou viver. Ao atingir 1.000 pés de queda livre, o homem só via as estrelas no céu sobre os seus pés ao cair a uma velocidade sem limites. Então, com o vento frio e forte a zumbir nos seus ouvidos, o aviador desmaiou, pela queda e pela velocidade que se fazia sentir. Era de manhã de um domingo quando o aviador recobrou os sentidos, procurando ver onde estava e viu que alí era tudo branco. Ele pensou estar no céu, pois a alvura que lhe cobria dava-lhe tal impressão. No entanto, por sorte, o homem atingiu a terra sob uma espessa camada de salsa toda coberta de neve. A poucos centímetros de sua cabeça, um tronco de árvore caído e, por quase nada, ele não atingido pela árvore já morta. Mexeu-se e viu que nada em si estava quebrado.Ele podia se mover, então. E assim o fez, pegando um caminho que foi dar em uma vila. Então, pediu socorro aos aldeões em sua língua em tanto estranha. Ninguém entendeu nada.
Foi ai que chegou uma patrulha de soldados alemãs e o levaram para a prisão. Chegando lá, o homem contou a sua historia para a desconfiança de todos. Todavia, após intensas buscas, os alemãs encontraram o avião que caíra a uma certa distancia. Seu piloto e co-piloto haviam morrido na queda do aparelho, todo esbagaçado. Ele, o homem de popa, foi o único sobrevivente daquele voo da morte. No entanto, ele ficou preso só sendo solto quando a tropas americanas tomaram a Alemanha. Essa foi a história que eu na Seleções. Tempos depois, estando eu como tradutor da UPI, lá pelos idos de 72 ou 75, recebi um despacho da Inglaterra narrando a historia de um homem que havia quebrado a perna ao tropeças em uma mangueira de agua quando banhava seu jardim. Ele não morreu por causa disso. Mas o despacho salientava que o homem era o mesmo que saltou de um avião, na Alemanha, depois que o aparelho foi bombardeado pelas tropas de Hitler e se acidentou causando a morte de sua tripulação.Interessante por demais eu ter recebido aquele telegrama cerca de 20 anos depois do mesmo homem que eu li a sua história de como um soldado escapou de morrer o pular de 5 pés de altura.
Essa revista, ainda hoje publicada trazia fortes noticias e tambem se fez presente na publicação de livros condensados e volumes trazendo cinco ou mais condensaçoes, inclusives de temas atuais, naquele tempo, como "Rastos de Ódio," "As Tres Mascaras de Eva" e outros tantos que lia àvidamente não querendo que terminassem as historias maravilhosas dos escritores selecionados. Se meu tiu veio a ler, quando se aposentou, isso não sei. Porém despertou em mim o gosto pela leitura. Uma leitura de muito bom apreço. Afinal, o Reader's Digest tem dessas coisas.
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