quinta-feira, 21 de agosto de 2008

RIBEIRA - 76

RÚSSIA

A Rússia é uma nação transcontinental cujo território ocupa uma vasta área da Ásia e da Europa. A Rússia é territorialmente o maior País do mundo pois tem a maior área total constituida pela parte continental e diversas ilhas à sua volta. Em termos populacionais, o pais tem a sétima maior população do mundo, com mais de 152 milhões de habitantes, apresentando uma baixa densidade populacional. A capital da federação é a cidade de Moscou. Além da capital, outras cidades importantes são São Petersburgo, Vladivostok, Rostov, Novosibirsk, entre outras. A economia russa é das mais ricas do mundo e em constante crescimento graças às exportações de petróleo e gas natural. O pais possui uma história longa e marcante que influenciou o destino do mundo e serviu de referencia a escritores, compositores musicais e, recentemente, realizadores de cinema. Economia rica e em constante crescimento, a Rússia faz parte do G8 e é uma das principais fornecedoras de energia para a Europa, nomeadamente, a Ucrânia, a Polônia e a Bielorrúsia, apesar disso ainda padece de problemas como o crime organizado, a corrupção, a pobreza em certas regiões e a falta de liberdade de expressão.

A ANTIGA RÚSSIA

Antes do século I, as terras vastas do Sul da Rússia pertenciam a tribos que não eram unidas entre si, como o Proto-Indo-Europeus e os Citas. A Citia foi uma região na Eurásia habitada na antiguidade por um grupo de povos iranianos, falantes de linguas iranianas conhecidos como citas. A localização e extensão da Cítia varia com o tempo, da região dos Montes Altai, fonteira com a China, à região do baixo Danúbio, na Bulgária. Entre os séculos III e IV, as estepes foram esmagadas por ondas sucessivas de invasão dos bárbaros e povos nômades, conduzidas por tribos bélicas como os hunos, entre outros. Entre os séculos X e XI, o principado de Kiev era o maior da Europa e um dos prósperos, devido ao comercio diversificado tanto com a Europa como com a Ásia. Durante o século XI e XII, a incursão constante das tribos turcas nômadas, como os cumanos, palavra eslava que designava "amarelado" e os pechenegues, levou a migração maciça das populações eslavas do Sul às regiões pesadamente arborizadas do norte, conhecidas como Zalesye. Por volta do século XIII os cazares governaram o sul da Rússia. Foram aliados importantes do Império Bizantino e originaram uma série de guerras sangrentas contra os califados árabes. Nessa era, o termo Rhos ou Rus passaram a ser aplicados aos eslávos que dominavam a região. Os estados medievais da República de Novgorod e Vladimir-Suzdal emergiram como sucessores do antigo e grande principado de Kiev naqueles territórios,enquanto que metade do rio Volga veio a ser dominada pelo estado muçulmano do Volga, na Bulgária. Depois, os tártaros (povos que viviam em região de fronteira) governaram os territórios do Sul e do centro da Rússia atual, enquanto os territórios da Ucrânia atual e da Bielorússia foram incorporados no Grão-Ducado da Lituânia da Polônia, dividindo assim a população russa.

IMPÉRIO

É com a Dinastia Romanov, iniciada em 1613, que se inicia o grande processo de "imperialização" da Rússia. Pedro, o Grande ou Pedro I da Rússia derrotou a Suécia e na Grande Guerra do Norte forçando o inimigo a ceder partes do seu território. E é na Íngria, uma região histórica, a maior parte dela encontra-se atualmente na Rússia, que se formauma nova capital: São Petersburgo, nome em homenagem a Pedro. Com as idéias do Oeste Europeu, Pedro I faz evoluir a Rússia que antes se encontrava numa situação de pobreza extrema e prepara o caminho para o auge do país. O território do império aumenta e, em 1648, o líder cossaco Semyon Dezhnyov descobre o estreito que separa a América da Ásia: o atual Estreito de Bering. Nasce assim o maior império da história da Rússia.

A czarina Catarina, a Grande ou Catarina II, nascida com o nome de Sofia Augusta Frederica de Anhalt-Zerbst, a 21 de abril de 1729 em Stettin, na Prussia, continuou o trabalho de Pedro, derrotando a Polônia e anexando a Bielorrússia e a Ucrania, outrora principado de Kiev. Catarina assina um acordo com o reino da Geórgia de modo a evitar invasões árabes do império turco. A Geórgia passa a ser protegida militarmente pela Rússia. Em 1812, a grande armada de Napoleão entra em Moscou, mas ver-se forçado a abandoná-la pois ao chegar a essa cidade, está vazia. Os russos tinham preparado uma armadilha contra o imperador francês. O frio e a falta de recursos foram responsáveis pela morte de 95% das tropas francesas. Durante o regresso de Napoleão a Paris, os russos prerseguiram-no e dominaram Paris trazendo para o império as idéias liberais que estavam em marcha na França e na Europa Ocidental. Ainda devido a perseguição sobre Napoleao, a Russia conquistou a Finlândia e a Polônia. O golpe final sobre Napoleão foi dado em 1813 quando o império e os seus aliados - os austro-húngaros e os prussianos - venceram a armada de Napoleão na batalha de Leipzig.

Sucessivas guerras e conflitos vão acompanhando a Rússia até o fim da era czarista. Sai derrotada na guerra da Criméia que durou entre 1853 e 1856. Mais tarde vence a guerra Russo-Turca, em 1877 e obriga o Império Otomano a reconhecer a independencia da Romênia, da antiga Sérvia e a autonomia da Bulgária. A ascensão de Nicolau I trava o desenvolvimento da Rússia nos fins do século XIX com a criação da lei da servidão obrigando os camponeses a lavrar as terras sem poder as possuir. O sucessor, Alexandre II, em 1855/81 ao ver o atraso da Rússia em relação à Europa, cria reformas que vão fazer com que a Rússia volte ao caminho do crescimento. Porém, as sucessivas derrotas da Rússia ao longo do século XIX e durante o inicio do século XX levaram a instabilidade e ao descredito em relação ao poder do czar na época. Os custos da guerra a avultados e a população era quem suportava os custos dos soldados nas campanhas ao enviarem tudo o que produziam nos seus terrenos agrícolas. Apesar da Rússia se ter tornado num dos paises mais poderosos do mundo, apenas uma fina parte da população - os nóbres - tinham boas condições de vida. Os camponeses eram terrivelmente pobres e trabalhavam de sol-a-sol os seus terrenos sem poder possuí-los. E assim veio a revolução Bolchevique.


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