quinta-feira, 7 de agosto de 2008

RIBEIRA - 50

A MARCA DO TEMPO
O relógio é utilizado como medidor do tempo. Se fossemos nos basear pelo Universo, iriamos então encontrar vários tempos e várias horas. Tem planetas que giram mais depressa que a Terra. Outros, que giram menos. Em cada planeta tem a sua hora. Na Terra, o primeiro relógio que se tem conhecimento é o Relógio do Sol. Na verdade, esse relógio não marca as horas, mas indica o período que é dia. Na Judéia, em 600 a.C. surgiu o relógio da água e os relógios de areia. Por ai se nota que na Antiguidade o homem sempre procurou observar o Tempo. Em Natal (Rn) tem um Relógio do Sol instalado na Praia de Areia Preta, bem próximo ao mar. Em 850 de nossa era, um Arecebispo da cidade de Verona (It) construiu o primeiro relógio mecânico. Hoje, temos a impressão de que os primeiros relógios macânicos foram inventados pelos asiáticos. Apesar de tudo, existindo inégáveis controversias , chegamos a conclusão de que foi o Papa Silvestre II o inventor do relógio. Outros invenores ao longo do tempo foram aperfeiçoando a máquina até que, em 1595, Galileu Galilei descobre a Lei do Pêndulo que deu impulso a "nova" invenção de marcar as horas. O tic-tac que fez enorme sucesse até os dias atuais.
Eu falo dessa invenção porque o meu tio Zeca (José Leandro), certa vez adquiriu diversos relogios e mesa e bolso que abria e fechava a caixa em que ele era guardado. Quando a caixa abria, o relogio aparecia, mostrando as horas. O cidadão podia usar esse relógio no bolso ou em cima do birô. Era uma peça pequena, metindo talvez em torno de très poligadas de comprimento por duas de largura. Esses relógios embutidos eram para presente aos banqueiros e homens das mais largas posições que costumavam fazer negócio com a firma de tio Zeca. Com os relógios, ia tambem, garrafas de vinhos do mais fino trato, fabricados pela vinicula de "Luis Antunes", no Rio Grande do Sul, fábrica que meu tio trabalhou por um certo tempo, nos anos que antecederam a IIª Grande Guerra.
Na verdade, aquele presente de um relógio era apenas uma grata cortezia, pois o verdadeiro presente estava no vinho, algo milenar e que muitos colecionadores prefere gardá-lo a ter que beber tão deliciosa relíquia que passa de tempos em tempos. O vinho, não se sabe quem o inventou. Apenas, se sabe que por muitos séculos as uvas existiam e o homem fazia o vinho. Arqueologistas fizeram escavações na Turquia, na Síria e no Libano onde encontraram sementes de uvas da Idade da Pedra, com 8.000 anos a.C. As mais antigas sementes de uvas foram achadas na Russia e datam de 5.000 anos antes da era cristã.. Há inúmeras lendas sobre onde teria começado a produção de vinhos. Uma delas está no livro de Genesis, onde Noé plantou um vinhedo do qual fez vinho, bebeu e se embriagou. A questão mais complicada é onde morrou Noé antes do diluviu que teria ocorrido a 5.000 anos a.C.. Mesmo assim, isso é lenda. Menos a fabricação do vinho cutido e bem lembrado..
Quando José Leandro deu de presente um relógio e garrafas de vinhos, ele estava refazendo a própria história, vez que o homem sempre quis saber quem era, de onde viera e por quanto estava na Terra. Em intuição, comose fosse secular ou milenar, ele presenteou aos seus amigos com apenas duas coisas das quais os homens podiam sentir: a marca do tempo trazida em um relógio e o poder de ter em conservação aquela marca por intermédio do vinho. Sei, agora, da visão futurista que tio Zeca tinha a cerca de 50 anos e por mais tempo ainda: a visão do futuro está no presente. Se os amigos de José Leandro tivessem a mesma visão que ele com relação ao futuro, teriam guardado aquelas duas jóias que o tempo jamais apaga, pois essa é a marca do tempo.

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