sábado, 2 de agosto de 2008

RIBEIRA - 43

Lagosta apanhada por pescadores em alto mar.

Nos idos de 1950, quando a pesca da lagosta era permitida em qualquer tempo, certa vez, ancorou um barco de pescado no Cais da Avenida Tavares de Lyra com um carregamento de várias espécies de peixes e também trazia uma bela e maravilhosa lagosta ainda viva que os pescadores pegaram em mar alto, talvez uns quatro dias de viagem da costa. A lagosta, de antenas gigantérrimas, assombraram os mais afoitos banhistas do rio que ali frequentavam costumeiramente, todos os dias para dar o seu mergulho habitual da manhã ou da tarde. A garotada era costumeira em tomar banho de rio, pulando dos degraus o da mureta do Cais. Porém, nesse dia, as atenções estavam voltadas para o que havia pegado o barco, em alto mar, mais perto de Angola, do outro lado do oceano, no território africano.

A lagosta era de um tamanho longo, pesando quase dois quilos e para os que admiravam a espécie, dava muito bem para uma lauta refeição, quando vendida e a quem a comprasse. O crustáceo, para aqueles que admiravam, era de uma rara espécie, talvez com uns bons anos de vida. É costume de uma lagosta, que vive em bando, habitar todos os mares inter-tropicais, desde rochas costeiras até a grandes profundidades. Lagosta era apanhada de há muito, para exportação com destino à França onde os franceses admiram a sua refeição. Isso, desde a época da descoberta do Brasil. E por todos esses tempos se importava lagosta para vários países, como Portugal, Espanha, e mesmo Estados Unidos.

Para a pescaria de lagosta, um crustáceo bem mais saboroso que um pitu, um camarão ou mesmo caranguejo demora sempre, pois é à noite onde elas se mais depreende e os pescadores costumavam usar redes, vez que naquele tempo não havia equipamentos mais modernos, para poder pegar o crustáceo. As tocas das lagostas, quando não andam em bando pelo fundo do mar, eram buracos nas formações rochosas e foi em um desse que o pescador conseguiu retirar a enorme e talvez saborosa lagosta. O barco pertencia a Luís Romão, dono de uma frota de barco de pesca e de lanchas que, de imediato foi alertado por um tripulante da embarcação que aquela pesca tinha algo mais.

Foi então que, saindo de suas obrigações em sua Agência de Jornais, o homem seguiu quase apressado, para ver a sua enorme e bela lagosta. Então, ele mesmo tomou a decisão de que aquele crustáceo seria doado ao Major Thedorico Bezerra desde que ele fizesse um almoço para os convidados especiais, dentre esses, Jossé Freire, Luís de Barros,Aluizio Alves, José Leandro e o próprio Luís Romão. E foi assim que o Major acertou e o almoço foi uma grande festa, regado a vinhos e uisque para todos os gostos, entre uma baforada e outra de um charuto Swerdick, ponto maior daquele sacrifício da indefesa lagosta, já morta, mostrando a sua cor vermelha de um casco cozido por um exímio cozinheiro do famoso Grande Hotel.

As lagostas espinhosas, na sua maioria, são originárias do Brasil, porém encontradas também nos mares de Cuba, Africa e Nova Zelandia. O seu cultivo, com o decorrer do tempo, feito em tanques de fibra, dá a espécie uma aimentação oferecida duas vezes por dia de acordo com o peso da lagosta. O método de engorda é relativamente simples quando comparado ao utilizado para a maioria dos crustáceos.


Nenhum comentário: